quarta-feira, 27 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

Poema A frô

Oficinas Culturais em Ermelino

Vão começar as oficinas culturais em Ermelino Matarazzo. Uma parceria da Oficinas Culturais do Estado, com enquanto não fica pronto a casa de cultura, com Rede Cultura Z/L. A minha é de Iniciação Teatral e vai acontecer na Associação Amigos do Parque Buturussu. Segue no folder mairores informações.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Lançamento do livro (A) MASSA na zona leste.

O primeiro foi no centro pra que as pessoas que curtem o meu trabalho e que moram em outro região pudessem ir. Agora chegou a hora e a vez de fazer na zona leste, onde eu moro, na Vila Cisper Ermelino Matarazzo perto do CANGAÍBA. Vamu chegá!

sábado, 16 de abril de 2011

OQUELATINHA

A senhora estava andando pela rua quando caiu
O que ela tinha?
Tonturas, dores, fome, frio?
Oqueelatinha?
Não se sabia. Ela não dizia o que tinha
Nossa! Você viu?
Mas o que ela tinha?

Lá, tinha um cãozinho deitado tremendo de frio.
Latia, lambia a tia.
A multidão parou pra perguntar o que ela tinha
O que ela tinha?
Antes as pessoas não perguntavam o que ela tinha
Mas agora todos querem saber O QUE ela tinha

Lá tinha Si tinha Dó tinha Ré tinha Fá tinha Sol tinha
PRE tinha
Mas afinal o que é latinha?
Uma lata pequena - o antônimo de latão?
Não! Não? Não!?
A senhora morreu deitada no chão
Abraçada com a única coisa que tinha;
Suas latinhas

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A FRÔ

Seja como for Seja como flor
Em seca que for cultive o amor
Que ele ou ela virá
Beijará AfroDite dirá
Se precisar afrô afrontará
Mas quem vier pra sentir sem tirar sentirá

Se te plantaram tu é planta
Então seja como flor
Tua semente foi plantada em terra preta
por mãos sofridas
E não no algodão artificial do cientista

Eu falo em nome das rosas despedaçadas pelos cravos cravinhos cravocratas
Ossain olha a mim não esqueça
Seja como for cresça Seja como flor floresça
Não é pra ser florido é pra ser floral
Igual uma cereja no imenso cerejal

Simbolize a paz a morte em maços de florais
Mas principalmente os desejos sexuais
Você tem preço só pro vendedor de flor
Pros amantes tu tens valor

Seja como for negô Seja como for negá
Mas não vai negar
A sua raiz
Ela cresce pra baixo pra você poder subir

No verão se feche pra se nutrir
Depois se abrir e ajudar as outras a florir
Você nasceu na rua foi pisada e tachada de feia
Cresceu fora da mata foi usada e largada após a serenata

Entendeu agora por que não da pra ser florzinha
Que ao ver o guardinha gela?
Tem que ser forte que nem a planta favela
Reagir Resistir
Proteger a sua floribela na primavera
A reprodução

E quando mudar a estação
Não fique parado na anterior
Seja como flor
Floração
O mundo não pára girassol
Cai a chuva e vem o sol
Não se preocupe se isso vier a desbotar a sua cor
Porque a sua essência é vermelha
E será sempre AFRÔ.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

(A) MASSA

M-A-S-S-A. Massa. Amassa. A massa. À massa!
Eu sou a massa. Volumosa. Pastosa. Máxima!
Pega, joga, passa o rolo ôôô
Aperta, eu cresço, apareço, pronta para o bolo
Quanto maior melhor. Com a farinha e o pó. Espalhada mais fraca e mais fina
Fácil pra ser cortada, moldada, modelada, dividida. Consumida. Massifica. Amorfa sem cristalina.

Sou grande, mas não importante.
Sou igual ao barbante
Que serve pra amarrar e não é valorizado o bastante
Eu protejo o recheio que vai no meio
Fico na borda. Sou jogada pra escanteio
Pegam a uva passa, o argamassa na taça, ai que graça!

Massa. Amassa. A massa. À massa!
Eu sou da massa, vou ao estádio ver uma partida
Com a torcida é pinga é briga, pra ida economizo até na comida
Meu time massacrado. Volto pra casa amassado na lotação para um bairro amontoado
Exausto para o barraco
Sentado no sofá quebrado
Assisto à televisão, fico feliz, tenho a última distração
Pra mim existe uma comunicação!

Eu não sou cão, eu já disse que sou massa e vou deitar
Eu, como massa, preciso esfriar
Pra depois ser usada, se não acabo revoltada e aí não dá
Quem fica muito quente pode queimar e estourar
Mas não fui feita pra pensar, filosofar. Só amassar, rechear, enrolar.
Amanhã é segunda e tudo há de continuar
Massa. Amassa. A massa.  À massa.